quinta-feira, 21 de maio de 2020

Contos de fadas

Contos infantis e sua influência na formação da personalidade das ...


Sabe-se que os contos de fadas são provenientes de narrativas orais, inventadas pelo povo. Durante séculos elas permaneceram vivas apenas pela tradição oral, surgiram antes mesmo da escrita. Hoje, ao pensar nessas histórias, logo lembramos de Charles Perrault, Irmãos Grimm e Hans C. Andersen, mas eles não foram os verdadeiros autores dos contos de fadas, e sim estudiosos de seu tempo que reuniram essas narrativas e as publicaram.
Perrault, francês, publicou e recontou, em 1697, alguns contos que existiam na oralidade e continham uma moral, narrando-os em finos versos ou prosa burilada.
Em 1802, na Alemanha, os irmãos Grimm, com o objetivo de preservar o patrimônio cultural tradicional de seu país e colocá-lo ao alcance de todos, recontaram vários contos em uma linguagem próxima da oralidade, parecida com a dos contadores.
Algumas décadas depois, na Dinamarca, Andersen, chamado de o "pai da literatura infantil", também difundiu alguns contos de fadas, recontando histórias populares e criando outras novas que, embora seguissem os modelos tradicionais, traziam uma marca inconfundível: uma visão poética misturada com melancolia. E a partir de suas obras, outros autores começaram a escrever livros infantis sem uma finalidade didática.
Foi na França, no século XVII, que começou a preocupação com a literatura para crianças e jovens, tendo, alguns livros, sido pioneiros, como: As Fábulas de La Fontaine, Os contos de minha mãe gansa, de Charles Perrault e os Contos de fadas de Fénelon. Essas são obras conhecidas até hoje. Segundo Coelho (1991), essa literatura resulta da valorização da fantasia e da imaginação que se constrói a partir de textos da literatura clássica, ou de narrativas orais do povo. Essa tradição popularizante redescoberta ou recriada por escritores cultos vem em contraste com a literatura clássica produzida na época.
Hoje os contos de fadas fazem parte da literatura infantil e muitos estudos mostram sua importância para o desenvolvimento das crianças. Segundo Bettelheim (2002), ao castigar o malfeitor e beneficiar o personagem bom, o conto dá um bom exemplo de conduta para a criança em desenvolvimento, que se identifica com o personagem bom, mas ao mesmo tempo, percebe também que o mal existe.
Os contos de fadas são histórias que permaneceram presentes na cultura durante séculos e elas sofreram várias modificações algumas, chegaram até a "mutilar" o seu texto. Atualmente vivemos um momento de resgate dessas narrativas originais, quando várias editoras estão traduzindo-as e publicando-as para que os leitores tenham contato com a verdadeira história que conquistou tantas pessoas durante séculos.
OS CONTOS DE FADAS PREFERIDOS DOS LEITORES MIRINS DE UMA
ESCOLA DE SÉRIES INICIAIS DE PRESIDENTE PRUDENTE
CAROLINE SANCHEZ MASSUIA (FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA).



Questões sobre o texto

  1. Charles Perrault, Irmãos Grimm e Hans C. Andersen escreveram os contos de fadas ou apenas reproduziram as histórias contadas pelo povo? Justifique com o texto.






  1. Por que os contos de fadas são importantes, segundo o texto?


segunda-feira, 11 de maio de 2020

As três penas (irmãos Grimm)


 As Três Penas – Um conto animado dos Irmãos Grimm por [Irmãos Grimm, Miguel Guimarães]


            Era uma vez um rei que tinha três filhos. Dois deles eram inteligentes e sensatos, mas o terceiro não falava muito, era simpático e só chamado de Bobalhão.
            Quando o rei ficou velho e fraco e começou a pensar no seu fim, não sabia qual dos seus filhos deveria herdar o seu reino. Então ele lhes disse:
            - Ide-vos em viagem, e aquele que me trouxer o mais belo tapete, este será o meu herdeiro, após a minha morte.
            E para que não houvesse discussões entre eles, o rei levou-os em frente do castelo soprou três penas para o ar e falou:
            -Para onde elas voarem, pra lá ireis.
            A primeiro voou para Oeste, a segunda, para Leste e a terceira voou reto para a frente, mas não foi longe, logo caiu ao chão. Então um irmão partiu para a direita, outro para a esquerda, e eles zombaram o bobalhão, que teria de ficar lá mesmo, no lugar onde ela caiu.
            O bobalhão sentou-se no chão, tristonho. Aí ele reparou de repente que ao lado da pena havia uma porta de alçapão. Ele levantou-a, viu uma escada e desceu por ela. Então chegou a outra porta, bateu e ouviu lá dentro uma voz, chamando:
            "Donzela menina, / Verde e pequenina,
            Pula de cá pra lá, /  Ligeiro, vai olhar / Quem lá na porta está".
            A porta se abriu, e viu uma grande e gorda sapa sentada, rodeada por uma porção de sapinhos pequenos. A sapa gorda perguntou o que ele queria. Ele respondeu:
            - Eu gostaria de ter o mais lindo e fino tapete.
            Aí ela chamou uma sapinha jovem e disse:
            "Donzela menina, / Verde e pequenina,
            Pula de cá pra lá, / Ligeiro, vai buscar / A caixa que lá está".
            A sapa jovem trouxe uma grande caixa, e a sapa gordo abriu-a e tirou de dentro dela um tapete tão lindo e tão fino como não havia igual na superfície da terra, e o entregou ao Bobalhão. Ele agradeceu e subiu de volta.
            Os outros dois, porém, porém, julgavam o irmão caçula tão tolo, que achavam que ele não encontraria nem traria nada.
            -Para que vamos nos dar ao trabalho de procurar - disseram eles.
            Então, pegaram a primeira pastora de ovelhas que encontraram, tiraram-lhe do corpo as suas mantas grosseiras e levaram-nas ao rei.
            Mas na mesma hora voltou o Bobalhão, trazendo o seu belo tapete. Quando o rei viu, admirou-se e disse:
            -Por direito e justiça, o reino deve pertencer ao caçula.
            Mas os outros dois não davam sossego ao pai, dizendo que não era possível que o Bobalhão, a quem faltava principalmente juízo, se tornasse rei e pediram-lhe que exigisse mais uma condição. Então o pai falou:
            Herdará o meu reino aquele que me trouxer o anel mais belo.
            E ele levou os três irmãos para fora e soprou para o ar as três penas que eles deveriam seguir.
            Os dois mais velhos partiram de novo para Oeste e Leste, e para o Bobalhão a pena tornou a voar em frente e cair junto do alçapão. Então ele desceu de novo, e disse à sapa gorda que precisava do mais lindo anel. Ela mandou logo buscar a caixa, e tirou de dentro um anel que coruscava de pedras preciosas e era tão lindo como nenhum ourives da terra seria capaz de fazer.
            Os dois mais velhos zombaram do Bobalhão, que queria encontrar um anel de ouro, e nem se esforçaram. Arrancaram de um velho aro de roda e levaram-no ao rei. Mas quando o Bobalhão mostrou o seu anel de ouro, o pai disse novamente:
            -O reino pertence a ele.
            Mas os dois mais velhos não paravam de atormentar o rei, até que ele impôs uma terceira condição, e declarou que herdaria o reino aquele que trouxesse a jovem mais bonita. Ele soprou de novo para o ar as três penas, que voaram como das vezes anteriores.
            Então o Bobalhão desceu de novo até a sapa gorda e disse:
            - Eu devo levar para casa a mulher mais bonita de todas.
            -Ah, - disse a sapa- a mulher mais bonita? Esta não está à mão assim de repente, mas tu vais recebê-la.
            E ela lhe deu um nabo oco, com seis camundongos atrelados nele. Aí o Bobalhão falou bastante tristonho:
            - O que é que eu vou fazer com isso?
            A sapa respondeu:
             -Ponha uma das minhas sapinhas aí dentro.
            Então ele agarrou a esmo uma sapinha do grupo e colocou-a dentro do nabo amarelo; mas nem bem ela se sentou dentro, transformou-se numa lindíssima senhorita, o nabo virou carruagem e os seis camundongos cavalos. Aí ele beijou a senhorita, atiçou os cavalos e partiu com ela, para levá-la ao rei.
            Os seus irmãos vieram em seguida, e não tinham feito esforço algum para encontrarem mulheres bonitas, mas levaram as primeiras camponesas que encontraram. Quando o rei as viu, disse logo;
            -Depois da minha morte, o reino ficará para o caçula.
            Mas os mais velhos atordoaram de novo os ouvidos do rei com a sua gritaria: - Não podemos permitir que o bobalhão seja o rei!
            E exigiram que o preferido fosse aquele que cuja mulher conseguisse saltar através de um aro que pendia no salão. Eles pensavam: "As camponesas vão consegui-lo com certeza, elas são fortes e robustas mas a delicada senhorita vai se matar, pulando.
            O velho rei cedeu ainda essa vez. Então as duas camponesas saltaram através do aro, mas eram tão desajeitadas que caíram e quebraram seus grosseiros braços e pernas. Então saltou a linda senhorita que o Bobalhão trouxera, e atravessou o aro leve como uma corça, e então todos os processos tiveram de cessar.
            Assim, o Bobalhão herdou a coroa e reinou por muito tempo com sabedoria.

 (Os contos de Grimm, Trad. Tatiana Belinky. São Paulo, Paulus, 1989, p. 161-3.)
CEREJA, WILLIAM: PORTUGUÊS LINGUAGENS, 6 – 9ª ed. Reform,, São Paulo: Moderna, 2015.

Estudo do texto

Compreensão e interpretação

1.    No início do conto, o narrador apresenta os membros de uma família real e, em seguida, faz a caracterização dessas personagens.

a) Como são caracterizados os filhos mais velhos do rei?
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b) Como é caracterizado o filho mais jovem? Suas características eram semelhantes ou opostas as dos irmãos?

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2.    O rei, já velho e preocupado com o futuro de seu reino, resolve escolher o filho que, após sua morte, seria o herdeiro do trono.

a) O que o rei decide fazer para realizar essa escolha?
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b) Para determinar a direção que cada filho deveria seguir, o que o rei faz? Que intenção ele tem ao adotar esse procedimento?
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3.    Ao descer pelo alçapão ao lado do qual cai a pena que indicava a direção a ser seguida, o Bobalhão adentra a um mundo mágico.

Quando solicita a sapa gorda e recebe dela o tapete de que precisava, o Bobalhão se comporta com delicadeza ou com grosseria? Comprove sua resposta.
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4.    Aos poucos os fatos vão revelados como são, de fato, as personagens.

a) O que as atitudes dos irmãos mais velhos revelam sobre o caráter deles?
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b) O filho mais jovem era realmente um bobalhão, como as pessoas supunham?
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5.    Quem foram os irmãos Grimm?

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O conto maravilhoso



Com base no conto As três penas responda ao que se pede.

O conto maravilhoso geralmente se inicia situando o herói ou a heroína em seu ambiente familiar, no espaço e no tempo, e apresentando suas características.

a) Quem é o herói no conto lido?

b) Quem eram as pessoas da família do herói?

c) Em que local a história se inicia?

d) O tempo em que acontecem os fatos narrados no conto é preciso, determinado, ou impreciso, indeterminado? Justifique sua resposta.


Os contos maravilhosos têm origem oriental, e diferentemente dos contos de fadas, lidam com uma temática social: o herói (ou anti-herói), que é uma pessoa de origem humilde ou que passa por grandes privações, triunfa ao conquistar riqueza e poder. Por exemplo: "Ali Babá e os 40 Ladrões", "Aladim e a Lâmpada Maravilhosa" e "Simbad, o Marujo".

É comum haver personagens como reis, rainhas, princesas, fadas, bruxas, gigantes, príncipes, meninas, animais e objetos falantes, lugares como bosque, montanha encantada e reinos desconhecidos e distantes, assim como objetos e poções mágicas.
Quem conta a história é chamado de narrador.
Quando participa dos fatos e é também personagem, dizemos que ele é narrador-personagem. Nesse caso usa-se a1º pessoa (eu/nós). Quando o narrador não participa da história, ou seja, somente cumpre o papel de contar os fatos que aconteceram sem fazer referência a si mesmo e é apenas um observador, dizemos que ele é narrador-observador. Nesse caso, ele usa a 3ª
pessoa (ele, ela/eles/elas,  o herói, a princesa, as moças etc).
O narrador costuma citar as falas das personagens reproduzindo fielmente o diálogo entre elas. Isso torna o texto mais dinâmico e faz uma melhor interação com o leitor que passa a interagir mais como os fatos e personagens.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Estrutura das palavras


Conceitos básicos:
Observe as seguintes palavras:
escol-a
escol-ar
escol-arização
escol-arizar
sub-escol-arização
Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável -ar.
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.

Classificação dos morfemas:

Radical
Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal.

Afixos
Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado no radical a que são acrescentados.

Desinências
Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).

Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e desinências verbais.
• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.
• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):

cant-á-va-mos
cant-á-sse-is
cant: radical
cant:
radical
-á-: vogal temática
-á-: vogal temática
-va-: desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicativo)
-sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjuntivo)
-mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira pessoa do plural)
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda pessoa do plural)


Vogal temática
Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática.
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.

primeira conjugação
segunda conjugação
terceira conjugação
govern-a-va
estabelec-e-sse
defin-i-ra
atac-a-va
cr-e-ra
imped-i-sse
realiz-a-sse
mex-e-rá
ag-i-mos


Vogal ou consoante de ligação
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura  Equipe Brasil Escola



Exercícios
E   Entre os elementos que formam a estrutura de uma palavra, há um elemento comum a vários vocábulos, denominado de radical. Identifique-o no fragmento em questão.

  
      Percebemos que a partir desse mesmo radical alguns elementos a ele se juntaram, formando novas unidades de significação. Com base nesse pressuposto, retrate-os.

      Encontre os erros no cartaz e registre as formas corretas das palavras.


 Mapa mental português (estrutura das palavras, prefixo, sulfixo, radical)
                       https://br.pinterest.com/pin/753438212632905864/

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Origem das palavras do Português




Etimologia é a parte da gramática que estuda a história ou origem das palavras e da explicação do significado das palavras através de seus elementos (morfemas). Estuda a composição dos vocábulos e a sua evolução.

Para entendermos o porquê de algumas palavras serem grafadas com ‘s’, outras com ‘c’, outras com ‘ss’ e outras com ‘sc’, ‘ç’, ‘sç’, sendo que o som é o mesmo (fonema /s/), precisamos recorrer à etimologia, pois só assim saberemos a origem de cada palavra, o significado da sua raiz, a influência de outras línguas que sofreu ao longo do tempo, etc. Por isso é um estudo tão necessário e importante dentro da linguística.
Além de ser muito interessante, a etimologia pode demonstrar origens comuns das palavras, semelhanças entre línguas diferentes, além de facilitar a nossa compreensão de palavras novas para nós, caso conheçamos a sua raiz.
(...)
As palavras, assim como as línguas, sofrem ciclos semelhantes ao dos seres vivos: nascem, quando uma pessoa ou comunidade cria uma nova palavra, crescem, quando esta palavra é difundida e passa a ser dicionarizada, se reproduzem, quando começam a dar origem a outras palavras, e muitas vezes morrem, quando se tornam tão ultrapassadas que as pessoas abandonam o seu uso. A Etimologia, portanto, emprega esforços em estudar todos estes aspectos da língua e é indispensável para o conhecimento da mesma.

Por Ana Paula de Araújo

                                               




Professor fala das origens das palavras da língua portuguesa


Latim e grego tiveram influência primordial para a formação do idioma.
Brasileiros ainda usam palavras dos indígenas, africanos e árabes.

O bebê aprende a organizar palavras ouvindo outras pessoas falarem. O surgimento de uma nova linguagem também acontece mais ou menos da mesma forma. O português, por exemplo, é formado por palavras de várias origens, ouvidas em muitos países. O professor Vicente Santos tratou sobre o assunto na reportagem desta terça-feira (8) do Projeto Educação.

“Toda nossa história começou no latim. Em 200 a.C., os romanos estavam na Lusitânia e deram origem à nossa língua portuguesa, atualmente a terceira língua mais falada no ocidente. O latim aristocrático não frutificou muito em nossa língua. Nossas palavras, na verdade, vêm do latim vulgar, do latim do povo. Por exemplo, ‘arena’ e ‘areia’ têm o mesmos sentido. ‘Arena’ é do latim culto, ‘areia’ do latim vulgar; 'clave’ e ‘chave’, sendo ‘clave’ do culto e ‘chave’ do vulgar”, comentou o professor.

(...) Além do latim, o grego também deu origem a muitos dos 3 mil idiomas que são falados, hoje, no mundo. “Do grego, temos palavras como filantropo, que vem de ‘filo’ – amigos – e 'antropo' - ser humano; em ‘xenofobia’, ‘xeno’ é estrangeiro e ‘fobo’, aversão”, destacou Vicente.

No Brasil, é possível encontrar ainda palavras de outras línguas. “Houve época em que o francês era a língua mais falada no Brasil, com seu glamour: ‘menu’, ‘buquê’, ‘abajur’. Nos últimos tempos, o inglês é que predomina. A globalização está presente com a linguagem de tecnologia, ciência, futebol:  ‘tênis’, ‘uísque’, ‘bife’, ‘náilon’”, comentou o professor.

E o português também tem muito do mundo árabe, com palavras como “alfazema”, “alcorão” e “muçulmano”. Os indígenas, primeiros habitantes do Brasil, também deixaram uma marca na nossa linguagem, como pode ser visto no nome das cidades: Camaragibe, Igarassu, Iguaçu. Outras palavras que são usadas todos os dias têm origem africana: “iemanjá”, “quilombo”, “vatapá” e “marimbondo”.



Responda em seu caderno:

1.      O que significa etimologia?



2.    Qual é a importância da etimologia para a compreensão das palavras?

3.    Que línguas influenciaram na formação do Português?

4.    O português falado no Brasil ainda teve a influência de outros povos e línguas. Cite um.

5.    Explique o significado da palavra “xenofobia”, de acordo com o texto:


 Bom trabalho!