LISBELA E O PRISIONEIRO é uma
comédia romântica e conta a história divertida do malandro, aventureiro e
conquistador Leléu (Selton Mello, de A Invenção do Brasil, O Auto da
Compadecida, Lavoura Arcaica), e da mocinha sonhadora Lisbela (Débora
Falabella, de O Clone, Dois Perdidos em uma Noite Suja), que adora ver filmes
americanos e sonha com os heróis do cinema.
Lisbela está noiva e de casamento
marcado, quando Leléu chega à cidade. O casal se encanta e passa a viver uma
história cheia de personagens tirados do cenário nordestino: Inaura, uma mulher
casada e sedutora (Virginia Cavendish, de O Cravo e a Rosa, Dona Flor e seus
Dois Maridos) que tenta atrair o herói; um marido valentão e
"matador", Frederico Evandro (Marco Nanini, de Carlota Joaquina -
Princesa do Brasil, O Auto da Compadecida); um pai severo e chefe de polícia,
Tenente Guedes (André Mattos, de Como Nascem os Anjos); um pernambucano com
sotaque carioca, Douglas (Bruno Garcia, de Os Maias, O Quinto dos Infernos),
visto sob o prisma do humor regional; e um "cabo de destacamento",
Cabo Citonho (Tadeu Mello, de Xuxa e os Duendes, O Cupido Trapalhão), que é
suficientemente astuto para satisfazer os seus apetites.
Lisbela e Leléu vão sofrer
pressões da família, do meio social e também com as suas próprias dúvidas e
hesitações. Mas, em uma reviravolta final, cheia de bravura e humor, eles
seguem seus destinos. Como a própria Lisbela diz, a graça não é saber o que
acontece. É saber como acontece. Quando acontece.
Apesar da história se passar no
nordeste brasileiro, os dramas destas personagens, suas aflições e sonhos são
universais. Não se trata, portanto, de um filme regionalista, embora se utilize
com inteligência dos recursos interessantes que uma história nordestina pode
trazer, como o colorido das paisagens, o sotaque alegre e algumas tradições
regionais.
Mesmo as personagens mais
caricatas, como o Cabo Citonho, vivido por Tadeu Mello, funcionam com todos os
seus trejeitos sem forçar a barra para ser engraçado. De modo geral, a escolha
do elenco foi muito acertada: Selton Mello tem a mistura certa da doçura com a
malandragem. Débora Falabella está perfeita no papel, com alegria, pureza e
beleza transbordantes. Bruno Garcia sempre uma carta na manga do diretor, do
popular ao irritante num pulo. Virginia Cavendish, uma das mentoras do projeto,
linda, sensual e provocante, bem diferente da sua personagem boa moça de
"O Auto da Compadecida". André Mattos já provou ser mais do que
carismático e Marco Nanini fecha tudo com chave de ouro. Seu vilão cruel de
olhos vermelhos e cabelos crespos dá o equilíbrio que a história exige, sem se
tornar pesada demais.